Prateleiras

Nós estamos na prateleira em que nos colocamos.

Não estamos na prateleira em que os outros nos deixam que nos coloquem. Se assim fosse, estariamos sempre na prateleira de baixo. O ser humano é assim.

Pedro Abranhosa

Memórias, as come o tempo

Não sei se, este blog me ajuda, exorcizando e racionalizando minhas melancolias, ou se simplesmente as cultiva e dissemina.

Há memórias que só ao tempo deveriam ser entregues.

O Big Brother VIP envergonha-me enquanto Ser Humano

 O Big Brother VIP envergonha-me enquanto Ser Humano. Um pouco como a vergonha que sentimos cada vez que um amigo/familiar nosso nos deixa sem jeito ao expor opiniões menos próprias, ou através de maneiras velhacas e despresíveis. É essa a vergonha que sinto. Elevada ao cubo.

Traições, viragem de tintas, frivolidades, cortes, costuras, ostentação do superficial, celebração do vulgar. É esta ração servida à boca do povo.

Sei que é mau custume cuspir na sopa, mas penso que será preferível cuspir esta maleita encoberta em pele de "entretenimento".

Ao menos existem certos grupos de pessoas, um pouco por todo o planeta Terra, que não são como a "sociedade" criada na caixa venenosa, que muitos chamam a casa do Big Brother VIP. São estas pessoas que ainda me dão alguma esperança na nossa espécie.

A Vingança

Se me fizeste mal, irás ter a tua paga. Não será através da minha crueldade, mas através das minhas construções, através da minha ultrapassagem dos teus modos vis e velhacos. Essa será a minha vingança última, através da luz, não do veneno.

"Não bebes, não fumas, não f.."

Vai-te tu foder!

Desde quando é que a quantidade álcool no sangue, e alcatrão nos brônquios é sinónimo de sexo? Talvez até seja, mas só se fode com pessoas da mesma estirpe. Com dentes amarelos, voz de bagaço, barriga de cerveja e hálito a asfalto. Aí sim, tudo bem.

Fora isso, é tudo uma questão de atitude perante a vida. Não bebo ácool e não fumo, mas fodo. Muito. Melhor. Recorrentemente.

Logo, vai-te tu foder! Porque tu é que não fodes de certeza com essa conversa.

Temporal

Quando o teu sonho arder no temporal
Tenta-te descobrir
Tenta-te perceber

Quando o teu sonho arder no temporal
Tenta-te descobrir
Tenta-te perceber

Quando o teu sonho arder no temporal
Tenta-te descobrir
Tenta-te perceber

Quando o meu sonho.. arder... merda.

35

Eu sou 35. O que diz isto sobre mim?

Diz-se que um ser humano é o resultado, a soma, de todas as suas experiências. Acontece que a pessoa que temos à nossa frente, o nosso companheiro, amigo, familiar, desconhecido, quando visto de uma forma superficial no presente, é somente aquilo, um número, um 35. Deste 35 não conseguimos inferir as somas que foram feitas anteriormente. É preciso conhecer todas as parcelas (e sub-parcelas) que se juntaram para formar este número. Sem as conhecer, somente são feitas especulações. Será 30 + 5, ou outra operação mais complexa?

Eu tenho 2 cicatrizes (em que uma delas é a lembrança viva de um acidente que me poderia ter tirado a habilidade de escrever estas linhas de texto), 1 tatuagem em memória do meu avô, 2 nacionalidades, tive 3 relações amorosas, 3 amigos, 1 cão, 4 peixes de água salgada, 6 de água doce, 7 anos de faculdade, 1 estatueta de um boneco de madeira pronto a ser queimado, 5 dias na prisão e sigo 0 religiões.

2 + 1 + 2 + 3 + 3 + 1 + 4 + 6 + 7 + 1 + 5 + 0 = 35. O que diz isto sobre mim?

A brigada do queixume

Se mais alguém vem ter comigo a queixar-se da sua vida, do estado do pais ou do Passos Coelho, eu juro que lhe dou um murro na cara, seguido de um pontapé no períneo.

Se há coisa que me entristece são pessoas que só conseguem ver o lado negativo de qualquer situação. Não falo da totalidade dos portugueses, porque felizmente conheço alguns que não são assim. Estes, em vez de perderem tempo a resmungar e mandar bocas, se levantam, vão à luta, dão o seu contributo, e criticam só quando essa critica é construtiva ou é algo que tem de ser dito para o bem de todos. São inteligentes no fundo.

Estou seriamente cansado de me cruzar com estas pessoas que andam com nuvens negras em cima da cabeça e que me fazem lembrar uma certa lenda, em que só conseguem repetir o que ouvem no noticiário da TVI (um produto claramente talhado para a populaça), nem se dão ao trabalho de pensar naquilo que estão a balbuciar.

Tudo isto me faz lembrar uma história que me deram a conhecer, em que os funcionários de uma empresa pública, que passavam os dias a plantar batatas no facebook, colher pintelhos e a gastar dinheiros públicos em extravagancias inimagináveis. Foram surpreendidos pela aquisição da empresa por privados, que exigia regras, trabalho, produção. Os turistas, que se faziam passar por trabalhadores, reclamaram, contorceram-se, gritaram ao megafone. Haja respeito, não é chegar aqui e estragar as férias no trabalho! Foram despedidos. Todos.

I guess we're both lonely

- Without you I don't know what I would have done. I had a toothache, and I don't know many people.

- I know too many people. I guess we're both lonely.



From "Citizen Kane"

Pieguices

"Devemos persistir, ser exigentes, não sermos piegas". Tenho visto e ouvido muitos comentários de pessoas que repreendem estas palavras de Passos Coelho. A verdade dói, principalmente para quem não ter estrutura para a encarar. Diverte-me constatar que quase 100% dos críticos são na verdade o público alvo destas declarações, e quase 80% nem sabem bem a razão pela qual estão a reclamar, pois limitam-se a seguir a horda. Os cães ladram e caravana passa, e Passos Coelho estás na rédeas!

Eis que distinguimos o nosso Primeiro Ministro da ralé. Um verdadeiro líder, que divide opiniões, porque não está no cargo para agradar a todos. A coragem e persistência dele ao não escolher o caminho da entrega liberal de rebuçados é algo que eu profundamente admiro. Só recebe doces quem os merece, e quem fica com a mãos a abanar, tem duas alternativas: ou reflecte sobre a razão pela qual tem o estômago vazio, ou então reclama com pieguices.

Concordo com o Marcelo Rebelo de Sousa que, porventura, as palavras podem ter sido mal escolhidas, e que Passos Coelho poderá estar a dividir os portugueses. Uma questão de forma somente. O conteúdo no entanto, é de louvar, e tiro o meu chapéu a Passos Coelho, que é sem dúvida o melhor líder que alguma vez passou pelo poder.

Façamos parte da solução e não do problema. É hora de acordar e nos deixarmos de reclamações gratuitas!