A música acaba por ser incoerente no contexto ideologico dos Deolinda. Exemplo: na música "Não tenho mais razões" podemos ouvir:
Ó senhor doutorA música é uma clara alusão às pessoas que muito se queixam (seja de maleitas, seja da vida) e tanto se queixam, que quando já não existem mais razões de queixa, deixam de saber o que vão fazer.
esta doença só me dá para dançar
Faça qualquer coisa,
que eu não tenho mais razões p'ra me queixar
No entanto, na música "Parva que sou" ouvimos:
Sou da geração "vou queixar-me pra quê?"Mas afinal, o queixume é virtude ou defeito? Para mim, claramente que a queixa deve ser feita quando necessária, ou seja, de forma equilibrada, e só tem o seu devido valor quando é apresentada juntamente com uma solução. No entanto, eu sinto que nesta canção existe uma certa entoação para a revolta e queixa desenfreada do mundo.
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Por isso, achei que esta nova quadra deveria ser adicionada à canção:
Sou da geração
é só reinvidicar
mas soluções que é bonito que é bonito
tá quieto! antes prefiro cantar
É tudo, vou voltar para o buraco da vida.
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