sábado, fevereiro 12, 2011

"E parva voltei a ser"

Aquela música nova dos Deolinda (de quem eu gosto bastante), o "Parva que eu sou", gerou mixed feelings em mim.

A música acaba por ser incoerente no contexto ideologico dos Deolinda. Exemplo: na música "Não tenho mais razões" podemos ouvir:

Ó senhor doutor
esta doença só me dá para dançar

Faça qualquer coisa,
que eu não tenho mais razões p'ra me queixar
 A música é uma clara alusão às pessoas que muito se queixam (seja de maleitas, seja da vida) e tanto se queixam, que quando já não existem mais razões de queixa, deixam de saber o que vão fazer.

No entanto, na música "Parva que sou" ouvimos:
Sou da geração "vou queixar-me pra quê?"
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
 Mas afinal, o queixume é virtude ou defeito? Para mim, claramente que a queixa deve ser feita quando necessária, ou seja, de forma equilibrada, e só tem o seu devido valor quando é apresentada juntamente com uma solução. No entanto, eu sinto que nesta canção existe uma certa entoação para a revolta e queixa desenfreada do mundo.

Por isso, achei que esta nova quadra deveria ser adicionada à canção:
Sou da geração
é só reinvidicar
mas soluções que é bonito que é bonito
tá quieto! antes prefiro cantar

É tudo, vou voltar para o buraco da vida.