sábado, dezembro 20, 2008

Castelinho de cartas



A minha vida é um castelo de cartas, e eu estou sentado numa cadeirinha de praia com riscas azuis e brancas, com um charuto na mão, a vê-lo cair.

Em algumas partes do castelinho, substitui suas cartas por pessoas. Pensava eu(!) que fossem fundações sólidas, nas quais eu pudesse confiar, mas logo trataram de abandonar o seu posto assim que viram a chuva de cartas que jorravam na sua cabeça.

Passam alguns turistas que tiram uma ou duas fotos, para que mais tarde possam dizer a seus amigos que viram tal espectáculo.


Resta apenas um bloco pequeno e consistente de cartas. Essas, nem um tufão as poderia tirar do lugar.

Levanto-me da minha cadeira de praia e apago o charuto pestilento. Está na altura de limpar os destroços e reconstruir mais uma vez o que foi outrora um belo castelo.

(E sim, é falta de sexo)

Mais do mesmo

Cá estou eu de novo. Algo que decerto é muito mau sinal.

Cada post aqui é mais um passo numa espiral negativa, mas que de certa forma me dá um prazer masoquistasta..

Mais uma noite vazia, mais uma promessa de uma natal vazio. A história repete-se inevitavelmente.

Ou então, é simplesmente falta de sexo.

domingo, dezembro 14, 2008

Tit for tat

Ontem fui traído. Pois bem, a vingança será pior. Ninguém gosta que lhe pisem os calos. E é tudo.

sábado, dezembro 06, 2008

Sessão da meia noite (Uma reflexão sobre o Amor)

Por razões que ainda hoje me questiono, a única vez que eu chorei baba e ranho durante 15 minutos seguidos, foi a ver um filme romântico.

O amor é sem dúvida a coisa mais bonita que a nossa mente artificializou. É um sentimento indescritível, que por si só conjuga vários outros sentimentos lindíssimos. O único problema deste conceito é ser um tudo que não é nada, ora doença ora cura, que na verdade apenas tem um pátria: no imaginário, nos livros, nos filmes.

Pergunta-se agora o caro leitor deste blog (lol): "Quem escreveu isto não passa de uma alma completamente frustrada com a vida! Claro que o amor existe! E senti/sinto isso!"

Deixe que lhe responda caro leitor: "Bardamerda".

Acontece que o amor não passa de todo um emaranhado de interesses que existe entre duas pessoas. Pergunte-se a si próprio porque gosta/gostou ou, me atreveria a ir mais longe, ama/amou individuo X. Livre-se de hipocrisias e responda sinceramente a estas simples perguntas:

  • Tem medo de ficar sozinho? E vê no seu parceiro uma bóia de salvação?
  • Quer apenas fazer sexo e satisfazer os desejos mais animais que há em si?
  • Quer criar inveja nas suas amizades, sentido-se assim superior porque o seu parceiro é mais interessante, mais belo ou mais algo que o das suas amizades, ou simplesmente porque você tem parceiro e os outros não?
  • Vê no seu parceiro uma oportunidade de ficar a coçar a micose a vida inteira ou simplesmente encontrar um conforto (seja ele financeiro, sentimental ou familiar)?
  • Tem medo de ser diferente de todo o resto da sociedade? Tem medo de morrer virgem ou solteiro, e se colou a seu parceiro de forma a que possam passar a vida juntos, combatendo a solidão e procriando para poder corresponder aos padrões impostos pela sociedade?
  • Quer apenas criar uma nova geração a quem se possa agarrar sentimentalmente e que possa construir à sua maneira, tal como um Deus?
  • Você gosta realmente do seu parceiro? Tem a certeza? Absoluta?! Não, agora a sério... Bem me parecia.

Pensa que o seu parceiro pensa de forma diferente? Não me parece.

terça-feira, dezembro 02, 2008

Desejos

Gostava de voltar aos tempos em que me sentia frágil, só e abandonado, e que apenas poderia ser salvo por alguém, mas nunca por mim próprio.

Gostava de pensar que não há problema nenhum em não apreciar a vida e que nada mais devo fazer do que afogar-me nos meus prantos.

Gostava arrumar meu escudo e espada e hastear uma graciosa bandeira branca.

Gostava de parar durante cinco segundos, respirar, e abrir lentamente os olhos. Respirar o ar puro de um campo montanhoso, estendido numa cadeirinha alojada perto de uma lagoa.

Gostava que me ajudasses a aliviar o peso que pende no meu coração.

Gostava de te ter e te consumir nos meus pensamentos durante o dia e durante os sonhos.

Gostava de te levar num passeio à beira rio, olhar o horizonte no mais belo pôr-do-sol.

Gostava de mostrar as ondas que o mar tem, o seu som, a sua alma, e abraçar-te. Abraçar-te apenas.

Gostava de cantar os mais belos poemas de amor e fazer-te acreditar que o amor é o alpha e omega.

Gostava que... preenchesses este vazio.