sexta-feira, dezembro 25, 2009

Arte do coitadinho

Podem haver artistas com uma vida feliz e normal? Não me parece. No entanto, o segredo deve estar no aceitar de forma solene toda a melancolia, convidando-a a se extravasar numa peça artística.

Já dizia o outro: "Transforma as tuas lágrimas em arte."

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Ódio Natalício

Eu e muitas outras pessoas neste mundo odeiam o Natal. Muitas delas secretamente. E porquê?

São criadas imensas e grandiosas expectativas, tanto pelas pessoas, como pelas empresas que muito anseiam esta época para extravasar os seus produtos.

Está certo e sabido que viver com grandes expectativas sobre algo, leva normalmente à infelicidade. É um dado adquirido.

É portanto incrivelmente difícil para alguém que não vai trocar assim tantos presentes nem vai estar junto da sua família, ou simplesmente vive numa família fantoche, onde na realidade todos se odeiam.

No entanto, é vergonhoso exprimir este sentimento pois ninguém quer matar o santo espírito natalício. Ai não não. Isso seria mais grave do que dar um tiro no papa.

Só espero que estes próximos dias passem bem depressa, pois não aguento tamanha fachada e frivolidade.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Prática

Se não houver uma prática ou um ambiente de teste imediatamente antes do "main event", então é bem provável que as coisas não corram muito bem.

Exemplo 1: Lides sociais
Passamos dias e noites consecutivos a conhecer novas pessoas, a ter novas experiências, e já estamos com a mente formatada para o trato social, ou seja, como começar uma conversa, quais as perguntas de algibeira a usar, temas de conversa, fluidez verbal, à vontade e confiança.
Quando chega a altura em que somos confrontados com um momento muito imporante da nossa vida, como por exemplo, uma entrevista de emprego, o mindset adquirido nos últimos dias é uma arma muito eficaz na apresentação e discurso, o que conduz a uma óptima imagem perante o entrevistador.

Exemplo 2: Namoros
Temos encontros com imensas pessoas do sexo oposto (ou não, depende de cada um) e já possuimos um grande à vontade com o mesmo. Sabemos como agradar, sabemos como captar o interesse. Quem sabe até, já possuimos umas experiencias romanticas ou sexuais.
Eis que conhecemos "a pessoa". Temos tudo ao nosso dispor para a conquistar. Claro que eu, o mais provável é fazer tudo ao contrário.

Exemplo 3: Sexo
Dito.

Exemplo 4: Meios artísticos
Quem é "performer" sabe isto muito bem. Depois de serem praticados todos os momentos de um espectáculo, no momento em que ele é apresentado, basta deixar fluir. Nada mais é preciso.

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Sinto que dentro de poucos dias me vou enganar a mim próprio. Espero que esteja errado.

sábado, dezembro 12, 2009

Tolices

Sinto-me como o maior falhado à face da Terra.

Como é possível que esta merda aconteça de novo?!

Tive, ainda à bocado, uma rara oportunidade de causar uma boa impressão, de ter aquilo (que eu penso) que quero. Que fiz? Armei-me em parvo. Bardamerda!

O que fode nisto tudo é que eu já tenho o conhecimento, a prática e o engenho para poder fazer tudo correcto. Mas chega o momento da verdade e pronto. Lá sai o parvo do baú.

Estou farto de perder oportunidades por causa de impedimentos parvos que tenho na cabeça. É a última vez que isto acontece. Ponto.

....

Mas por outro lado.. penso agora que na verdade essa oportunidade pode até nem ter existido. Que na verdade fui apenas um meio, um objecto, fui usado. Mas isso é outra história.

domingo, novembro 29, 2009

Álcool

Após diversas bebedeiras, cada uma mais selvagem que a outra, só hoje me apercebi de um simples facto:

A magia de um copo que contém álcool está no seu poder de mudança de personalidade.

Podemos até nem beber uma única gota desse cálice, mas só de o levar aos lábios nos dá uma quebra de coerência da personalidade, que muitas vezes é bem-vinda.

Por exemplo, começa o jantar de convívio e está tudo alegre, menos eu. No entanto, no seu decurso sinto-me (ou quero sentir-me) bastante mais alegre, mas não o quero mostrar. Porquê? Porque quebra a coerência da minha personalidade. Não quero passar por maluco ou maníaco-depressivo.

Quem diz este exemplo, diz outros casos como o do típico individuo tímido que usa o álcool como pretexto para as suas loucuras, ou mesmo das típicas situações em que se faz todo o tipo de barbaridades e acções pouco ortodoxas.

Eis que chega a bebida. A oportunidade de transformar por completo a nossa configuração mental, sem qualquer para a sanidade mental perceptível por terceiros.


Cheers

quarta-feira, novembro 25, 2009

Tempos

Ninguém tem tempo para nada. Ninguém tem tempo para ninguém. Ninguém tem tempo.

No entanto, gastamos a maior parte do nosso tempo de forma egoísta ou a fazer tarefas que pensamos ser úteis para terceiros, mas que na verdade não são.

Afinal, que andamos aqui a fazer?!

domingo, novembro 22, 2009

O Futebol: Reprise

Q: Porque existem muitos condutores que buzinam por tudo e por nada, fazem de tudo para ficar à frente dos outros, soltam mil e um insultos, são mal-educados, culpam terceiros pela sua má condução? Porque não são honestos a relatar um acidente, que teve em si a origem? Porque são mesquinhos e mentirosos? Porque existe tanta gente egoísta?
R: Uma questão de cultura, na minha opinião.

Q: O que pode influenciar em muito a cultura de um individuo?
R: Algo que ele goste e respeite.

Q: Do que gostam e respeitam grande parte dos portugueses?
R: Futebol.


Ora vejamos a mensagem implícita que todo o mundo futebolístico português passa ao seu público:
  1. O que interessa é ganhar. Seja de que forma for. Não penses num bem geral, pensa apenas nos teus.
  2. Se queres ganhar, atira-te para o chão, faz fita, mente, gasta tempo, engana quem te regula, desrespeita os teus superiores.
  3. No entanto, se fores vencido, culpa sempre os outros em primeiro lugar. Só depois te deves culpar a ti próprio.
  4. A táctica, a técnica e o trabalho dos jogadores não interessam para nada. O que é preciso é uma cerveja fresquinha enquanto se refila com as entidades reguladoras, e se esfregam as mãos na ânsia de uma nova telenovela futebolística (digna de um bom macho português!). Lucidez e inteligência para que te quero?!

O futebol poderia ser um desporto fantástico de se visionar: bastava ter valores e regras, não fosse este um jogo de mafiosos e corruptos sem valores. Mas sobre isso já dissertei aqui.

quarta-feira, novembro 18, 2009

Renovações

Apesar de parecer estupidamente óbvio. o renovamento de um grupo (seja ele qual for) é essencial para a sua sobrevivência!

Ao haver a renovação de uma grupo, os elementos mais antigos sentem a responsabilidade do que fazem, e esforçam-se mais para que não sejam suplantados pelos membros mais recentes. É fantástico! O membros novos estão extasiados por aprender e os mais velhos com a pressão de fazer melhor e de passar a mensagem de um rumo correcto para os seus novatos. Todos ganham, o grupo ganha!

É preciso o risco de ter pessoas novas. Sem isso, o grupo morre!

A renovação é essencial!

domingo, novembro 15, 2009

Muito, Pouco, Nada

Ao ser amado, dá uma razão para ser feliz.
Ao ser odiado, dá uma razão para procurar a felicidade, ou de ao menos a vingança.
Ao passar indiferente, perde-se a razão de viver.

sábado, novembro 14, 2009

A Revolução da Economia

No que se baseia economia? No simples facto de que temos uma moeda que todos aceitam como algo que se pode trocar por um bem ou serviço. Vejam que este sistema já é usado faz milhares de anos.

O que acontece actualmente é que vamos tendo gradualmente mais e mais meios de fazer tarefas ou produzir bens de forma automática, sem intervenção humana.

Logo, se chegarmos ao ponto extremo em que, por exemplo, já não precisamos de uma pessoa para nos produzir e distribuir comida, em que temos robots (ou escravos robóticos) que produzem e distribuem automaticamente essa comida, todo o factor humano é completamente descartado.

Do que serve a moeda neste caso? Supondo que não existe uma intervenção directa nem indirecta (e.g. reparação dos robots, produção dos robots), pois todo o sistema está robotizado?

A noção de ser mais rico ou mais pobre muda, pois essa noção, hoje em dia mede-se pelo capital de uma pessoa.

O que será ser "mais rico" nesse caso? Será ter mais meios que os outros? Pois dessa forma tem acesso a meios que os outros cobiçam.


Neste momento, todo este conceito ainda não faz total sentido, mas daqui a 50 ou 100 anos, creio que seja esse o paradigma de pensamento: um pensamento muito evoluído, em que cada vez mais vai existir um pensamento de comunidade, e não um pensamento individualista. Vejam a Internet de hoje em dia! É um perfeito sintoma da revolução que está para acontecer!

quarta-feira, novembro 11, 2009

Procuro

Procuro pessoas que possuam um espírito evoluído o suficiente, de modo a que se saibam controlar o poder que lhes é atribuído, seja ele qual for. Poder através de um cargo oficial, poder através da simples permissão de fazer palhaçadas comigo, poder para o que quer que seja.

Procuro apenas isto numa pessoa, nada mais.

sábado, novembro 07, 2009

Destino

No meu espaço meditativo do dia (vulgo ir à casa de banho) passou-me algo pela alma:

Estarei predestinado a envolver-me com a pessoa X?

É bem possível que esteja, pois nunca encontrei alguém que encaixasse tão bem em mim (idealmente claro). Às vezes penso estar a olhar para um espelho. Para alguém que me completa em todos os sentidos.

No entanto, as circunstancias da vida nos repelem para uma distancia segura de relacionamentos sérios. O que irá acontecer quando essa barreira desaparecer?

Mas já chega.. lá estou eu a meter macaquinhos na cabeça de novo. Mais lenha para me consumir.

Tudo ou Nada

Quando uma pessoa está triste só e abandonada, perde o interesse aos olhos dos outros.

Quando uma pessoa tem parceiro/a e está comprometida, é quando todo o resto do mundo se lembra de bater o coro. Só pode ser brincadeira!

Eu creio perceber o porquê desta situação caricata, pois também consigo ver na perspectiva "do resto do mundo". No meu caso, eu sinto-me muito mais à vontade a falar com alguém comprometido, pois eu sei que tensões sexuais/amorosas estão postas de parte. A única coisa que resta é o platónico. E isso engrandece uma relação.

Há também todo o paradigma do fruto proibido: a aventura e o errado de tirar alguém a outrem é algo que tem tanto de perverso como de apetecível. É algo que posso comparar ao furto. E acredito que todos nós sabemos o que isso é.

Começa-me a dar asco de ser palhaço neste circo.

quarta-feira, outubro 28, 2009

domingo, outubro 25, 2009

Se falarmos sobre nada, nada será feito

Que conversa interessante que tive hoje! Foi uma conversa sobre... sobre... era super interessante! Ora vamos a ver, tinha aquela coisa engraçada sobre o outro que disse mal do outro, que fez coisas.

...

Era sobre nada.

Dois pontos

Duas coisas apenas por ora:

1. Apercebi-me que as pessoas que mais perguntas fazem a si próprias, e que mais percebem o mundo que as rodeia, são aquelas que têm o ímpeto de conhecer novos sítios, de viajar, de experimentar.

2. Uma pergunta apenas: Será correcto ter ciúmes de alguém que não nos pertence?

sábado, outubro 24, 2009

Arte da Vida

To express the emotions of life is to live. To express the life of emotions is to make art.
- Jane Heap

E foi isto que aprendi hoje.

quinta-feira, outubro 22, 2009

Intérpretes

O que acontece ao mundo naqueles momentos em que deixamos cair a cabeça para o lado, devido à enorme onda de sono que nos consome? O que acontece ao mundo enquanto dormimos? Enquanto morremos?

Será que podemos considerar o mundo todo um conjunto de matéria (da qual nós nos inserimos), que vive por si só, sendo a nossa consciência nada mais que uma janela para esse mundo?

Será a nossa consciência a mais elaborada ilusão do mundo?

Seremos apenas intérpretes do mundo?

??

sexta-feira, outubro 16, 2009

A solidão

Hoje, tenho a dizer, é um dia mau. É um ponto baixo da montanha russa da vida.

É no entanto, um momento de elevada clarividência. Vejo realidade em demasia.

Torna-se claro para mim, em dias como estes, que nós somos na realidade todos constituídos por uma matéria fecal e egoísta, que apenas permite a realização do próprio.

Torna-se evidente que a solidão é uma forma de medo, das mais primitivas que existem. Sentimo-nos sós quando vamos a caminhar numa rua escura e abandonada, com o medo de que algum monstro ou criminoso nos desfaça e nos tire algo precioso.

É óbvio que só temos pena de alguém, porque nos dá um imenso medo poder estar nessa situação.

O amor torna-se uma vez mais, uma nulidade, uma bengala, um truque, uma ilusão, uma manha ... uma necessidade?

...

Conseguirá alguém ser feliz, vivendo fora do reino da fantasia?

sábado, setembro 05, 2009

Vidas e Mortes

Sozinho e despido nasces, sozinho e despido morres.

As nossas relações humanas e todas as nossas posses são na realidade uma fachada dourada que sobrepomos sobre a nossa miserável existência.

Alguém me disse um vez que não pediu a ninguém para nascer, e que se tivesse de escolher entre a vida e morte, escolheria a morte. A não existência dá muito menos trabalho. Não há altos, não há baixos. Não há nada. Perfeito.

Essa pessoa, no entanto, desfruta da vida como poucos. Vive-a intensamente e aproveita cada travo que ela lhe oferece. Talvez seja da sua consciência perfeita do seu ser e suas limitações. Talvez seja porque ela não tem coragem de acabar com a sua própria vida e, sendo assim, não tem outro remédio senão aproveita-la.

Curioso não é?

Conversas

"Olá! Como estás? O que tens feito?"

Como se explica em algumas frases breves todo um conjunto de experiências: pessoas que nos marcaram, pessoas que amámos, novas perspectivas, novas maneiras de pensar, paisagens que ficaram queimadas na memória, festas, bebedeiras, momentos de divertimento, o prazer da carne, amizades, paixões, mágoas, momentos cinematográficos, traições, beijos, abraços, ternura, conversas sobre tudo, sobre o nada, sobre a vida, sobre filosofias?

Como se explica a alguém o que vivemos? E será que realmente interessa? Será que alguém quer mesmo saber da vida dos outros? Será que na verdade nos estamos todos a marimbar para o que os outros viveram, e só queremos beber alguma da sua experiência para enriquecer o nosso eu?

quinta-feira, setembro 03, 2009

segunda-feira, agosto 17, 2009

A Fuga: Take 879140

Quanto mais aprendo sobre as relações humanas, mais me apercebo do quão triviais elas são.

Poderia ter uma pequena diarreia cerebral sobre o assunto, mas ficará reservada para uma outra noite mais sofrida.

Digamos que este post é somente um picar do ponto da minha alma sombria.


Ponto.

terça-feira, junho 30, 2009

A Riqueza tem um Preço

Achei curioso que haja um espanto geral quando se diz que os portugueses, de 1 a 10, são um 7 no que toca a felicidade.

Os extremos tocam-se, e no que toca a dinheiro não é diferente.

Nas pessoas (excessivamente) ricas que conheço, nada mais mais vejo que infelicidade. Para estas já não existe um objectivo, não existe uma luta. Deixam que a vida naufrague num oceano inóspito, e apenas querem que esta vida lhes sopre nas velas de seus barcos sem leme.

Os portugueses não têm muito, mas vivem bastante bem com o que têm e, regra geral, não criam expectativas muito elevadas para o seu nível de vida. Assim, um aumento no ordenado, um prémio inesperado, uma rifa na feira, tem um sabor delicioso quando nos batem à porta. Infeliz é quem joga no euro milhões com a maior das esperanças em ganhar o jackpot.

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Por alguma razão os códigos postais mais infelizes de um país são os de bairros mais ricos.

quarta-feira, junho 17, 2009

Destinos (des)cruzados

Que grande chatice é saber que existe uma pessoa que é a "tal", mas não existe maneira alguma de a abordar, de modo a que relação consiga ter de facto algum futuro.

Pior, é estar também numa situação em que seria simplesmente incorrecto haver algo. Por exemplo, já namorou bastante tempo com alguém próximo.

Que merda.

O que vale é que ainda tenho muita esperança guardada em mim. A ver vamos se a espera vai dar frutos.

domingo, junho 14, 2009

O preço do sonho

Só me apetecia levantar-me e ir para casa, deixando-a a falar sozinha.

Aqui o senhor parvinho acreditou mais uma vez (desde há muitos anos) que poderia ter encontrado alguém que o poderia fazer feliz.

Pequena paixão? Grande parvoíce.

Ela que vá galar o outro marmanjo, já que ele é tão boa pessoa e tem bom parlapier.

Depois ainda tive de sentir os meus ouvidos sangrar com as suas histórias de outros tansos que se ousaram a apaixonarem-se por ela.

Bardamerda!

...

Cada vez faz mais sentido esta frase:
"Que estranho destino é o meu que apenas me consente paixões ardentes e me faz esgotar em amores improváveis"

sábado, junho 13, 2009

A Noite Revolta

Estou com uma imensa energia e não quero adormecer.

Gostava de fazer um "skip" ao meu descanso nocturno, e aproveitá-lo para reflectir o que se passou esta noite.

Mais uma vez, "aquela" pessoa me deixou em sobressalto, e me fez pensar de novo se de facto somos compatíveis.

Descobri que talvez esteja um bocado de nadinha apaixonado. Porquê? Senti ciúmes quando um assobiador de meia leca se foi meter com ela. Senti ciúmes e raiva. Raiva de me sentir impotente. Raiva de não saber como a alcançar de forma correcta. Raiva, talvez pela minha indecisão ou, quiçá, pela fraqueza do meu espírito no domínio dos amores.

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O dia seguinte do anterior post foi de facto tão promissor quanto eu agoirava. Confio cada vez mais naquela filosofia que dita: se acreditarmos realmente que algo de diferente e bom irá acontecer num certo lugar, num dado tempo, essa profecia se tornará realidade.

sábado, junho 06, 2009

Rejeição da Ilusão

Silêncio.

Do Silêncio faço um grito...
Simplesmente não consigo. Sinto-me rejeitado de novo, embora saiba que podia não o ser. Estou confuso.

Gostava de poder ter a força de acreditar que o amor pode realmente existir, mas não consigo criar tal ilusão tão elaborada. Pelo menos não sozinho.

Isto tudo porque sinto que se escapou mais uma oportunidade de agarrar uma pessoa que talvez preenchesse este vazio que tenho meu coração. E sinto-me fraco por isso.

A Primavera chegou. Uns começam a namorar, outros dizem que sonham casar, outros casam. Na verdade sinto que tudo isso são coisas fúteis, mas...

Eu queria apenas sentir aquilo que sonho. Ir para lugares românticos, apaixonar-me, pensar naquela pessoa especial durante o dia inteiro, ser parvo, ser amado, saber que afinal é possível.

Mas é difícil. É difícil ultrapassar tal fraqueza. É difícil ser fraco. É difícil ser quem eu sou.

Preciso de dormir. A minha mente já me começa a assombrar.

Talvez amanhã seja um dia bom. Um dia do qual estive à espera desde à muito.

Silêncio

terça-feira, maio 26, 2009

A Discoteca

Haverá alguém que realmente goste de música de discoteca/martelada?
Qual o real prazer de ir a uma discoteca?

A minha resposta para às duas perguntas será: Não e Sexo.

As discotecas são as novas festas das terreolas, que se dizem antiquadas porque simplesmente já todos estavam fartos e queriam algo de novo. Infelizmente alguém convencionou que essas novas festas teriam de ter músicas estupidamente barulhentas, más e com pouco conteúdo (tal como as músicas das terrinhas) e que teriam de haver drogas (algo mais que alcool) para ajudar à parra.

A música portanto, é má, e tenho nojo de quem gosta dela. Vem-me um leve vómito quando alguém começa a assobiar as músiquinhas da moda do lux, que nada mais passam que merda auditiva.

A parte do sexo já toda a gente sabe. Uma pessoa só tem uma única intenção quando frequenta uma discoteca: foder como se não houvesse amanhã, ou então, ter uma data de cães babados a cheirar o cu, disparando para valores ridículos o ego dessa pessoa.

Sexo.

quarta-feira, maio 20, 2009

Twita-mos

O Twitter. A Revolução! The New Best Thing! Está a gerar toda uma corrente nova de pensamento, em que as pessoas são realmente incentivadas a ter pensamentos sem profundidade alguma! Magnifico!

As pessoas são incentivadas a escrever sobre o que estão a fazer, e o fazem tal como as ovelhinhas. Assim como as ovelhinhas comem erva e cagam esta erva. Os twiteiros só vão comendo a sua vida, cagando bitaites sobre a mesma. Os pastores, estes olham para o que as suas ovelhinhas escrevem (defecam), tiram algumas conclusões, e depois estruturam os seus pensamentos, escrevendo artigos, por exemplo.

Os twiteiros não passam de pequenas sondas posicionadas globalmente, e que na verdade estão a servir os interesses de seres mais inteligentes, que não dão tanta importância ao acessório.

Penso portanto, que está finalmente criada a onda fast-everything, e que chegámos finalmente ao cume da nossa crise de valores. Quando começamos a valorizar o superficial, em detrimento da informação útil, estamos claramente com um problema.

Tal como a fast food, estes fast thoughts sabem a merda.

Vou twittar: "Estou a escrever um post no meu blogue a dizer que o pássaro do twitter estaria bem é a catar-me os pintelhos do cu."

terça-feira, maio 19, 2009

Ciclos

Eis uma constante da vida.

Agora, neste fim de noite, sinto-me extasiado, alegre, contente.

O que vai acima, vai abaixo.

Amanhã de manhã, creio que vai ser algo doloroso.

Ou então não :D

domingo, abril 19, 2009

Pacotes de M&Ms

Estive ontem a ajudar na preparação de uma de uma festa. Era uma festa sóbria, sem grandes aparatos. Sugeri arranjar algo para dar som ambiente, e eis que um colega diz:
- Ok, metemos aqui uma música qualquer.
Respondo eu:
- A música não é um pacote M&Ms. Têm todos um cor diferente, mas na realidade sabem todos ao mesmo.

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No outro dia, disseram-me que os Homens são todos iguais, ao que respondi: "Nós não somos um pacote de M&Ms. E se fosses para o caralhinho?"

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Nós, Humanos, temos a grande necessidade de generalizar as coisas, mas também temos necessidade de foder. Não querendo isso dizer que devamos foder tudo o que se mexe.

domingo, fevereiro 22, 2009

O "Amor" reprise

O amor, paixões e romances, podem ser comparados com a bolsa de valores: é regida pelo medo e ganância.

Eis o binómio medo/ganância:

Quero comprar acções da empresa X. Será que vou perder as poupanças da minha vida? Ou vou ganhar mais dinheiro, ser rico.. muito rico!

Quero pedir X em namoro, mas receio que me dê a tampa e que as minhas tentativas para chegar a a X pareçam ridículas, no entanto, se conseguir, todos vão ficar pasmados por eu ter conseguido e me vão venerar.

-

Quero vender as acções da empresa X, pois tenho desconfio que vão descer. Prefiro pegar no dinheiro e comprar as acções Y. Mas, será que o tiro me sai pela culatra, e as acções de X sobem após a minha venda? E a Y me deixará mal?

Estou numa relação com X, mas estou descontente. Quero deixar X e namorar com Y. Mas, será que o tiro me sai pela culatra?

-

Vendi X e comprei Y. X subiu e Y desceu. Ora bolas, já fiz merda.

Deixei X, e a Y não satisfez. X está agora a namorar com Z, e estão felizes. Ora bolas, puta que pariu.

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Vou investir em algo bem estável, e que só com um ataque de aliens de cinco olhos se iria à vida. Vou viver de seus dividendos.

Vou-me casar com alguém de quem nem gosto muito, mas que sei estar no papo. Sei que me vai (apenas e só) proteger de uma nuvem negra de solidão. A minha vida será uma pasmaceira total.

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O amor é um jogo de interesses, um negócio.

domingo, fevereiro 08, 2009

Fernando

Vos apresento o Fernando.

O Fernando foi criado num lar regido pela conveniência e superficialidade. Seus pais lhe ofereceram todo o amor que tinham para dar, embora houvesse um profundo ódio mutuo entre os dois.

Nos seus primeiros anos, Fernando era um criança feliz, despreocupada e cheia de vida. Sempre protegido por seus progenitores, ele prosseguiu numa estrada imaculada, cujo cenário era um conto de fadas.

Chegou a adolescência, e com isso a decisão de seus pais de abandonarem o seu país. Embarcaram numa aventura, sem grandes planos, esperando que o vento que lhes refrescava o rosto, os transportasse no seu pequeno veleiro até bom porto.

O vento transformou-se numa tempestade e o veleiro ficou embrenhado numa complexa rede de sentimentos negativos e, com ele, o pequeno Fernando.

Após longos anos de martírio, e com sua cabeça pejada de pensamentos negros e auto-destrutivos, eis que Fernando encontra 3 belas sereias que o convidam para uma viagem que irá mudar para sempre a sua vida.

Viajou até às profundezas de um mar que do qual só conhecia da superfície, e experimentou o inimaginável. Após a viagem maravilhosa, as sereias o abandonaram sem dizer uma única palavra de adeus. Fernando sentiu-se abandonado de novo.

Desesperado, desgastado e inconformado com o rumo do veleiro em que seguia, pegou num pequeno bote e lançou-se ao mar.

Decidido em abandonar a tempestade que o cercava, remou com todas as suas forças para novos horizontes e descobriu uma ilha encantada. Apercebeu-se que com a sua força da vontade tinha o poder de obter tudo o que queria, e que não precisa de nenhum barco alheio para poder alcançar o que quer.

Debaixo do seu coqueiro e rodeado de todos os troféus que ganhou na descoberta de várias ilhas, ele pensa naquela velha embarcação que um dia o acolheu, em que continuam presas duas personagens abatidas e cansadas.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Pessoa má

Ninguém sabe ao certo, mas muitos acreditam que os sonhos são o resultado do processo de manutenção feito pelo cérebro aos nossos pensamentos. Tal como um carro, que quando vai à oficina para ser reparado, necessita de ser desligado, também o nosso corpo aproveita a nossa inactividade para poder tratar da nossa alma.

A minha no entanto, aparenta estar bem destruída e imunda.

-

Numa noite febril, eu tive um sonho de forte cariz moral. Foi um sonho longo e penoso, tal e qual a minha noite de sono. Este, muito resumidamente, começa comigo a fazer uma maldade a um moço. Ele olha para mim, com um olhar magoado, e quase dá para ler no seu olhar que ele se sente obrigado a ripostar, pois não existe outra solução.

Ele no entanto não pára de ripostar. Eu começo a correr, e eis que começa o mais típico dos sonhos de um ser humano: correr.

Eu corri durante eternidades e o maldito miúdo não me largava, sempre arreando porrada. Eu no entanto, dava de volta, a ver se ele desaparecia. Mas não, ele simplesmente não me largava.

O fim do sonho aproxima-se. Eu dou-lhe um soco e ele pára e olha para um ponto no infinito, com olhar de quem teve a maior das epifanias.

Olho um bocado mais para trás e vejo uma multidão de pessoas a olhar fixamente para o puto. É aquela típica situação de filme em que a massa popular se junta para ajudar o mais desfavorecido e se prepara para dar uma reprimenda no ser vil e cruel (eu portanto), mas não fazem isso, porque ficaram estupefactos a observar a iluminação de tal personagem.

O maldito chavalo faz alguns gestos e a populaça tenta adivinhar o que ele gesticula. O jogo de pictionary mais doente a que eu alguma vez assisti.

Acabou.

-

Há pessoas que têm imenso cuidado com o seu carro e que restringem quem lá entra e o que pode ou não pode fazer lá dentro.

Eu deixei uma pessoa entrar no meu carro e dei-lhe liberdade total. Ensinei-a a conduzi-lo, dei-lhe a conhecer alguns carros dos quais também gosto muito e lhe mostrei quais as estradas que normalmente uso. Quando me apercebi que a rota na qual andava a seguir faz algum tempo, havia sido complemente adulterada por este passageiro, e que rapidamente eu estava a perder o controlo do veiculo, corri essa pessoa a pontapé do meu carro e a atropelei.

O carro está agora completamente cheio de sangue, amolgado, sujo e imundo e, embora o atropelamento já esteja resolvido entre as duas partes, sei que se avizinha uma vingança bem amarga.

domingo, janeiro 18, 2009

Atitude de Revista

O José Raposo deu certa vez uma entrevista para um canal de televisão em que dizia: "Malta jovem, venham à revista! A revista é tão boa e nós ficamos muito tristes por não ter os jovens a assistir."

Não foi dito tal e qual, mas a intenção está patente. Este é o discurso que ouvimos por todos os participantes do teatro de revista: "Mas porque querem acabar connosco? Nós somos tão bons! A culpa é vossa, que não compreendem o teatro a sério! Coitadinhos de nós.."

O que a entidade "revista" não consegue enxergar é algo tão simples quanto isto:
"Se queres mudar o mundo, muda-te a ti mesmo" (Mahatma Gandhi)
Que belíssima frase! Deveria ser a primeira que todos os seres humanos teriam que aprender na sua vida. A revista, no entanto, parece não a conhecer.

Em vez de gastar forças em prantos e lamurias, se esta entidade olhasse para si própria e tentasse modificar toda a sua estrutura, de certo que seria muito melhor aceite pela sociedade, porque é óbvio que ninguém tem prazer em assistir a um espectáculo porque tem pena dos seus participantes.

Eu conheço pessoas assim - e não são poucas - que possuem esta atitude de revista. Por alguma razão, todo o mundo está virado contra elas, e elas não compreendem o porquê de tal repúdio, já que são as pessoas mais dignas e correctas à face da Terra. Abomino tais pessoas e forço-me todos os dias para que não me torne numa das tais.

Mudem! Que o mundo mudará convosco.

domingo, janeiro 11, 2009

Buraka Som da Tanga

Os Buraka Som Sistema são os novos Gift.

Se bem se lembram, nos tempos primordiais dos Gift, eles foram alvo das maiores das atenções: apareciam na rádio, televisão (especialmente na Sic Radical), blitz's, tudo! Como conseguiram tanta atenção? A minha aposta está em que eles são os derradeiros Ed Woods musicais. Tanto persistiram, tanto trabalharam, tanto chuparam pilas, que eventualmente alguém pensou: "Espera aí! Se eles acreditam assim tanto nisto, então até deve ser bom!". Pois bem, não é. As "canções" dos Gift são básicas e mal construídas, e deviam ser queimadas num monte de lixo em conjunto com os mui nobre elementos desta banda.

Só gente bastante influenciável é que poderia gostar de tal monstruosidade.

Os Buraka são a mesma coisa. Tanto persistiram, tanto trabalharam, tanto chuparam pilas, que eventualmente alguém da MTV pensou: "Espera aí! Se eles acreditam assim tanto nisto, então têm de receber o prémio de best portuguese act!". Ou isso, ou o concurso tinha alguma veracidade, e as pessoas que votaram nos Burako Negro são genuinamente estúpidas. O que não deixa de ser uma razão bastante válida, já que a música da tanga já está muito bem aceite pelo público em geral.

Metam isto na cabeça: tenham vergonha de ouvir os Buraka Som Sistema aos altos berros numa zona residencial, porque isso só demonstra a vossa imbecilidade musical, cultural e intelectual.

Wegge wegge? Pó caralho!

terça-feira, janeiro 06, 2009

O Futebol

Haverá coisa mais enfastiante que um blog a falar de futebol?

Conversa de futebol, além de ser do estilo cassete comunista, é extremamente pobre em conteúdo e vazia. Além do mais, o futebol actual (e principalmente o português) é dos desportos mais corruptos, taberneiros e em que ganha quem conseguir fazer mais broches ao seu superior.

Tomem como exemplo a típica conversa de futebol. Os ciclos das conversas são extremamente curtos, isto é, as conversas repetem-se muito rapidamente, apenas modificando os intervenientes das telenovelas futebolísticas. Entediante, e um desperdicio de tempo, na minha opinião.

E nem vou aprofundar o quão corrompido o nosso futebol está. Apontem uma conversa em que não se fale de foras de jogo mal marcados ou lapsos do árbitro. Quando não existe respeito pela autoridade num jogo, algo está bastante errado.

Eis uma teoria: o Homem (com H grande e viril) não pode ver telenovelas, pois isso é abichanado. Como por natureza o ser humano tem o ímpeto de andar a cuscar a vida dos outros, sendo este um impulso quase animal e básico (tal como o sexo), o Homem tem de encontrar o seu refúgio nas telenovelas dignas de um Homem com pêlos no peito. Que melhor que o futebol? Um desporto onde o verdadeiro Homem surge. Um Homem que fala mal e torto, bebe cerveja, come uns amendoins ou tremoços, bebe o seu Johnny Walker, fuma o seu cigarro, escarra para o chão e fala sobre assuntos completamente básicos, que dão um novo sentido à expressão "small talk". Que invenção genial!

Vejam e opinem vocês próprios sobre a profundidade, redundância e superficialidade de tais blogs:

http://faxavor.blogspot.com/2007_08_01_archive.html
http://fbf.com.pt/

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Mais ainda, leiam um jornal desportivo, ouçam a rubrica daquele senhor que fala de futebol na antena 3, ou mais arriscado ainda: falem com um fanático sobre futebol ou PES!